Encerramento da Fábrica da Triunfo em Coimbra
O desaparecimento da principal zona industrial de Coimbra contribuiu para uma vaga de despedimentos maciça.

A Fábrica de bolachas “Triunfo”, em Coimbra, esteve quase 70 anos em funções e encerrou as portas em 2001. Com ela levou centenas de trabalhadores para o desemprego, contribuindo para o desaparecimento da zona industrial da Pedrulha.
Na década de 90, a Fábrica chegou a empregar cerca de 1200 trabalhadores.

Pereira, D. S. C. (2016). Fábrica Triunfo Rações: reconversão de um espaço industrial (Doctoral dissertation).
Pereira, D. S. C. (2016). Fábrica Triunfo Rações: reconversão de um espaço industrial (Doctoral dissertation).

Pereira, D. S. C. (2016). Fábrica Triunfo Rações: reconversão de um espaço industrial (Doctoral dissertation).
Pereira, D. S. C. (2016). Fábrica Triunfo Rações: reconversão de um espaço industrial (Doctoral dissertation).
A Fábrica “Triunfo” foi fundada em 1913, junto à margem direita do rio Mondego e, numa fase inicial, a fábrica estava ligada ao comércio tradicional e à produção de produtos de mercearia, evoluindo, passado 10 anos, para a venda de farinhas e sêmeas de trigo. Em 1932 a unidade fabril começou a focar a sua produção nas massas alimentícias, bolachas e biscoitos, sendo este um dos principais impulsionadores da companhia.

Primeiramente, a fábrica da “Triunfo”, em 1913, designava-se como “Sociedade de Mercearias Ld.ª”, em 1922, com uma mudança da escritura, passou a designar-se como “Mercearias e Farinha LD.ª”, contudo, ainda no mesmo ano, voltou a mudar para o nome de “Sociedade de Mercearia e Fabril LD.ª. A 20 de abril de 1932, apresentou o nome que ficaria conhecido até aos dias de hoje: “Fábrica Triunfo Ld.ª”.
Em 1938 a fábrica sofreu um grande incêndio que levou à sua reconstrução e na década de 50 foi transferida para a zona industrial da Pedrulha. O novo edifício, construído em betão armado possuía defesas contra um novo incêndio que pudesse vir a ocorrer.
As antigas instalações da fábrica de bolachas, que se situava junto ao rio, já não existem, uma vez que foram demolidas em 2004. O objetivo foi a criação de uma passagem do previsto “Metro Mondego”, com ligação à cidade.
Para além do grande número de vagas de emprego que a fábrica oferecia, esta instituiu-se como crucial no setor alimentar e de moagem, contribuindo para a industrialização da cidade de Coimbra, e da zona industrial da Pedrulha. Em 1949, depois da sua implantação na Pedrulha, a fábrica atraiu inúmeros outros ramos de atividade industrial.

Restos de Coleção, 2011. Em: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/02/fabricas-triunfo.html
Restos de Coleção, 2011. Em: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/02/fabricas-triunfo.html

Restos de Coleção, 2011. Em: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/02/fabricas-triunfo.html
Restos de Coleção, 2011. Em: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/02/fabricas-triunfo.html

Restos de Coleção, 2011. Em: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/02/fabricas-triunfo.html
Restos de Coleção, 2011. Em: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/02/fabricas-triunfo.html

Restos de Coleção, 2011. Em: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/02/fabricas-triunfo.html
Restos de Coleção, 2011. Em: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/02/fabricas-triunfo.html

Restos de Coleção, 2011. Em: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/02/fabricas-triunfo.html
Restos de Coleção, 2011. Em: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/02/fabricas-triunfo.html
A Zona Industrial da Pedrulha albergou várias indústrias construídas entre 1949 e 1965, sendo a sua localização, junto à entrada norte de Coimbra, bastante atrativa para a fixação de fábricas industriais.
O seu fácil acesso por via terrestre, permite uma acessível circulação dos transportes pesados através do acesso a uma estrada nacional que liga as principais cidades. Para além da proximidade às vias de comunicação rodoviárias, o caminho de ferro também se situa bem localizado para auxiliar toda a atividade fabril.
Esta proximidade, da zona industrial, justo às principais vias de comunicação do território português, conseguiu ligar a cidade de Coimbra a vários pontos estratégicos de Portugal, tornando assim a zona industrial conimbricense como a terceira mais central a nível nacional.
O principal denominador comum, desta zona industrial, eram as fábricas ligadas ao setor alimentar, que antes se encontravam na zona baixa da cidade, mas, devido a regulamentação, tiveram de se deslocar. Este foi o caso da Fábrica de Bolachas da Triunfo, pioneira na zona industrial da Pedrulha, mas que rapidamente se expandiu, criando um novo ramo fabril, a Fábrica Triunfo Rações.
A Zona industrial da Pedrulha já foi uma das principais zonas de rendimento e de empregabilidade de Coimbra, chegando a dar emprego a cerca de seis mil pessoas e dando espaço a mais de 21 unidades fabris, entre as décadas de 40 e 60.

Restos de Coleção, 2011. Em: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/02/fabricas-triunfo.html
Restos de Coleção, 2011. Em: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/02/fabricas-triunfo.html

Restos de Coleção, 2011. Em: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/02/fabricas-triunfo.html
Restos de Coleção, 2011. Em: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/02/fabricas-triunfo.html

Restos de Coleção, 2011. Em: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/02/fabricas-triunfo.html
Restos de Coleção, 2011. Em: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/02/fabricas-triunfo.html

Restos de Coleção, 2011. Em: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/02/fabricas-triunfo.html
Restos de Coleção, 2011. Em: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/02/fabricas-triunfo.html

Restos de Coleção, 2011. Em: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/02/fabricas-triunfo.html
Restos de Coleção, 2011. Em: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/02/fabricas-triunfo.html

Restos de Coleção, 2011. Em: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/02/fabricas-triunfo.html
Restos de Coleção, 2011. Em: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2011/02/fabricas-triunfo.html






Gil Eanes, 2012. "Os caça devolutos". Em: https://www.cacadevolutos.pt/triunfo-2/
Gil Eanes, 2012. "Os caça devolutos". Em: https://www.cacadevolutos.pt/triunfo-2/

Gil Eanes, 2012. "Os caça devolutos". Em: https://www.cacadevolutos.pt/triunfo-2/
Gil Eanes, 2012. "Os caça devolutos". Em: https://www.cacadevolutos.pt/triunfo-2/

Gil Eanes, 2012. "Os caça devolutos". Em: https://www.cacadevolutos.pt/triunfo-2/
Gil Eanes, 2012. "Os caça devolutos". Em: https://www.cacadevolutos.pt/triunfo-2/

Gil Eanes, 2012. "Os caça devolutos". Em: https://www.cacadevolutos.pt/triunfo-2/
Gil Eanes, 2012. "Os caça devolutos". Em: https://www.cacadevolutos.pt/triunfo-2/

Gil Eanes, 2012. "Os caça devolutos". Em: https://www.cacadevolutos.pt/triunfo-2/
Gil Eanes, 2012. "Os caça devolutos". Em: https://www.cacadevolutos.pt/triunfo-2/
RTP Arquivos, 2001. Em: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/encerramento-da-fabrica-triunfo/
RTP Arquivos, 2001. Em: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/encerramento-da-fabrica-triunfo/
A decisão de encerrar a fábrica foi comunicada aos trabalhadores um ano antes do fecho, no ano de 2000, levando cerca de 150 pessoas para o desemprego. Dos desempregados, cerca de 90% tinham entre 45 e 55 anos, o que gerou uma imensa revolta, uma vez que, à data, era uma idade de difícil acesso a novos empregos.
RTP Arquivos, 2001. Em: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/encerramento-da-fabrica-triunfo/
RTP Arquivos, 2001. Em: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/encerramento-da-fabrica-triunfo/
Muitas preocupações foram levadas juntamente com os desempregados, muitos eram o único rendimento familiar, outros ainda tinham filhos para criar, ou estudos para financiar. Um funcionário, com cerca de 30 anos em funções na fábrica, recebeu por volta de 10 mil euros de indemnização.
RTP Arquivos, 2001. Em: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/encerramento-da-fabrica-triunfo/
RTP Arquivos, 2001. Em: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/encerramento-da-fabrica-triunfo/
Antes da revolução do 25 de abril, a Fábrica “Triunfo” era um dos principais polos geradores de emprego na cidade de Coimbra. Contudo, depois de 1974, observou-se um declínio da empregabilidade, devido a vários fatores, ainda assim, em 1993, a fábrica empregava cerca de 1200 trabalhadores.
RTP Arquivos, 2001. Em: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/encerramento-da-fabrica-triunfo/
RTP Arquivos, 2001. Em: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/encerramento-da-fabrica-triunfo/
A decadência em série de todas as indústrias de Coimbra, depois do 25 de abril, não poupou a Fábrica da “Triunfo”. Contudo, os problemas começaram antes da revolução devido à falta de modernização por parte do setor, umas por opção, outras por falta de poder financeiro.
RTP Arquivos, 2001. Em: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/encerramento-da-fabrica-triunfo/
RTP Arquivos, 2001. Em: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/encerramento-da-fabrica-triunfo/
A descolonização foi um fator que afetou as indústrias, uma vez que os manufatureiros foram forçados a começar a comprar matérias-primas. Estes materiais, antes da descolonização, chegavam às fábricas de maneira gratuita, ou a baixo preço, oriundos das colónias portuguesas.
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
Reportagem realizada no âmbito da unidade curricular de Jornalismo Multimédia
Docente: Inês Amaral
Por: Rafael Matos
