O intérprete
O Herói que segura a ponte entre a comunidade surda e a ouvinte

Todos os anos no dia 22 de janeiro, é celebrado o Dia do Intérprete da Língua Gestual Portuguesa. "Ser intérprete é estabelecer a comunicação entre dois mundos. É dar voz às mãos e mãos à voz", escreve o Público. Por outras palavras, é estabelecer a ligação e uma comunicação entre a comunidade surda e a ouvinte.
Contudo, é algo relativamente recente. Apesar de em 1997 a Língua Gestual Portuguesa ter sido reconhecida perante a Constituição Portuguesa, só em 1999 é que a Lei, que considera oficial o exercício da profissão do intérprete, foi publicada no Diário da República.
Segundo o artigo 2º da Lei 89/99 de 5 de Julho, consideram-se Intérpretes de Língua Gestual Portuguesa (L.G.P.):
“Os profissionais que interpretam e traduzem a informação o de Língua Gestual para a Língua Oral ou Escrita e vice-versa, de forma a assegurar a comunicação entre pessoas surdas e ouvintes”.
É de reter que para se exercer esta profissão é necessário possuir uma licenciatura em Tradução e Interpretação em L.G.P. que pode encontrar na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto, na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Coimbra ou na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal.
O Intérprete de Língua Gestual Portuguesa funciona como elo de inclusão entre as pessoas surdas e ouvintes, tanto na sociedade como no contexto educativo.
Uma entrevista de Hugo Manuel Correia a Fernando Baltazar, intérprete de L.G.P., para o programa "Sociedade Civil" da RTP 2 que passou a 14 de novembro de 2014, mostra o trabalho profundo de um intérprete.
O intérprete de Língua Gestual Portuguesa, tal como os outros profissionais, também se rege por um código de ética e por linhas de conduta. Nesse código pode-se destacar que:
- O intérprete deve providenciar uma interpretação fiel, em que não omite nem acrescenta qualquer tipo de informação.
- O intérprete não deve ser responsabilizado por aquilo que ouve.
- Aquilo que um intérprete ouve em confidencia, é sigiloso.
O intérprete é um elemento fundamental em qualquer setor do país. Para existir uma boa comunicação e integração da pessoa surda na comunidade é necessário a presença de um intérprete nos estabelecimentos comuns, que a comunidade surda também frequenta.
A Língua Gestual Portuguesa e o seu intérprete não podem ser vistos como algo irrelevante mas sim como uma necessidade básica para toda a comunidade.
